Método incentiva que o bebê guie o desmame, manipulando sozinhos os alimentos que devem ser oferecidos em pedaços
O bebê está chegando aos seis meses, é hora de lançar mão de receitas de papinhas, certo? Não necessariamente. Está em voga um método chamado BLW, já ouviu falar? A sigla quer dizer baby-led-weaning, que, em uma tradução livre, quer dizer desmame guiado pelo bebê. Na prática, a mãe introduz alimentos sólidos em pedaços para que a criança consiga pegar e comer sozinha.
“Eu optei pelo BLW porque queria algum caminho alternativo para que a
introdução alimentar não fosse sofrida nem traumatizante, queria um
momento feliz e tranquilo e esse método me trouxe isso”, conta Ana
Carina Linares, mãe de Olívia que, hoje, tem 14 meses. “Iniciei a
introdução alimentar pelo BLW pouco antes do sexto mês, são nove meses
de muita bagunça e comilança. Eu me identifiquei muito com método,
gostamos bastante aqui em casa, acho simples e respeitoso, sem muitos
segredos”, considera.
Ana Carina diz que o BLW beneficia o nascimento dos dentes e
mastigação. “O fato de a criança mastigar ajuda a ir quebrando as fibras
das gengivas, facilitando o nascimento dos dentes. A Olivia se adaptou
muito bem! Acho que dar essa liberdade facilitou a relação dela com a
comida, ela adora comer”, diz.
Bom para os dentes
Para a odontopediatra, Daniela Passoni, do ponto de vista da saúde bucal, o método BLW é interessante pelo estímulo sensorial que causa na cavidade bucal, o bebê desde cedo passa a ter contato com diferentes texturas e principalmente pelo estímulo mastigatório. “A amamentação prepara o grupo muscular para exercer a próxima função que é a mastigação e a maioria dos bebês estão prontos para a introdução dos alimentos com 6 meses de idade”, diz.
Para a odontopediatra, Daniela Passoni, do ponto de vista da saúde bucal, o método BLW é interessante pelo estímulo sensorial que causa na cavidade bucal, o bebê desde cedo passa a ter contato com diferentes texturas e principalmente pelo estímulo mastigatório. “A amamentação prepara o grupo muscular para exercer a próxima função que é a mastigação e a maioria dos bebês estão prontos para a introdução dos alimentos com 6 meses de idade”, diz.
A especialista considera que a introdução alimentar guiada pelo próprio
bebê é um caminho natural. “A ingestão de sólidos deve acompanhar as
necessidades orgânicas e habilidades motoras da criança, que pode e deve
ter o controle total desse processo. A amamentação é dominada pelo
bebê, desde os seus primeiros minutos de vida. É fisiológico após o
sexto mês, iniciarmos a oferta de sólidos”.
Segundo Daniela, crianças que mastigam pouco quando pequenas tendem a
ter dentes bem juntinhos, um grudado no outro, o que pode até parecer
bonito. Porém, quando iniciam a troca para a dentição permanente, pela
ausência de espaço, necessitam de recursos como aparelhos para acomodar
os dentes novos que não cabem na arcada dentária. “Muitas vezes quem
leva a culpa é a genética, quando, na verdade, faltou mastigação de
alimentos sólidos no período de transição alimentar. Frutas picadas,
papa batida no liquidificador bifes picados bem pequenos, é o que
prevalece na alimentação crianças atualmente, às vezes mais de três
anos, quando quase a metade do crescimento craniofacial já se processou.
Mas dá para mastigar sem dentes?
Daniela explica que, por ser uma atividade reflexa baseada na aprendizagem, a mastigação é inicialmente instável, mas, com a repetição dos estímulos, a criança tem um potencial psicológico para responder às demandas do meio ambiente e se adaptar coordenando seus reflexos. “Conforme vai ganhando independência corporal, sua cabeça passa a virar separadamente do corpo e o mesmo acontece entre língua e mandíbula, até que a criança seja capaz de deslocar os alimentos com a língua sem que mova a mandíbula. Esta independência é necessária para o desenvolvimento da fala e da mastigação, bem como da expressão facial”, afirma.
Daniela explica que, por ser uma atividade reflexa baseada na aprendizagem, a mastigação é inicialmente instável, mas, com a repetição dos estímulos, a criança tem um potencial psicológico para responder às demandas do meio ambiente e se adaptar coordenando seus reflexos. “Conforme vai ganhando independência corporal, sua cabeça passa a virar separadamente do corpo e o mesmo acontece entre língua e mandíbula, até que a criança seja capaz de deslocar os alimentos com a língua sem que mova a mandíbula. Esta independência é necessária para o desenvolvimento da fala e da mastigação, bem como da expressão facial”, afirma.
A dentista diz que bebês não precisam de dentes para morder e mastigar –
as gengivas fazem o papel, pois pela proximidade dos dentes, já estão
mais endurecidas e com capacidade de mastigar. “A introdução de
alimentos sólidos, uma vez postergada para 10-12 meses, diminui
sensivelmente a aceitação por parte da criança. O índice de aceitação
alimentar é muito maior em crianças amamentadas devido à multiplicidade
de ‘sabores do leite’ a que estão expostas em função da dieta variada da
mãe”, afirma.
Ao alimentar uma criança de 12 meses, o tempo do “exercício” realizado
para mastigar uma banana já amassada é cerca da metade a 2/3 do tempo
que a criança faria se a mesma banana fosse dada em suas mãos. “Sendo
que a riqueza de outros estímulos, que não o ato em si da mastigação, é
incomparável, ela precisa segurar, sentir a textura, levar à boca, fazer
o corte e a partir de então mastigar”, diz Daniela.
Sem frescura
“Para começar, esse termo aí todo chique e em inglês nada mais é do que o que a minha vó e todas as mães de antigamente faziam com seus filhos, antes dessa nova ideia de só dar sopinhas para as crianças”, diz Ary Lopes Cardoso, chefe de Nutrologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP.
“Para começar, esse termo aí todo chique e em inglês nada mais é do que o que a minha vó e todas as mães de antigamente faziam com seus filhos, antes dessa nova ideia de só dar sopinhas para as crianças”, diz Ary Lopes Cardoso, chefe de Nutrologia do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP.
Segundo Cardoso, a principal do BLW é fazer o bebê gostar de comer,
gostar de comida gostosa e comer bem. “Quando as mães vão levar suas
crianças na primeira consulta eu logo digo: faça seu filho morar na sua
casa e não o contrário. Ele precisa se adequar aos costumes da casa e
não a casa se modificar toda para receber a criança, entende? E isso
inclui as refeições. A criança tem que comer o que os pais comem, nada
de sopinha”.
Para ele, a criança tem que mastigar desde cedo e não ficar perdendo
longos tempos só chupando e engolindo. “Isso ela já fez até os seis
meses”, diz. Ele alerta, apenas, para que as coisas para o bebê sejam
mais molinhas, cozidas na panela de pressão, e evitar o excesso de sal.
“Mas todos os outros temperos são bem-vindos. Sempre recomendo dar osso
para a criança chupar, tutano é ótimo para os dentes, picanha que é uma
boa carne e muito forte e frango assado também são ótimos. Assim, a
criança vai ficar maluca com tanta comida boa logo cedo e vai pegar
gosto por comer bem, vai comer de tudo e não só sopinha e macarrão”,
afirma.
Perca o medo de engasgos
O bebê com 6 meses de idade consegue sentar sozinho e segurar objetos com a mão, já não tem o reflexo de colocar a língua para fora, o que evita engasgos, e o intestino está preparado para receber novos alimentos. “A princípio é um método seguro, desde que os responsáveis pela criança respeitem os sinais que mostram que a criança está pronta e ela mesma procure o alimento. É importante não forçar. Ao adotar esse metódo, os pais não devem ajudar a criança a comer, segurando o alimento em sua boca. Se ela não consegue fazer isso sozinha, provavelmente, não está pronta para lidar com o alimento dessa forma”, diz Daniela.
O bebê com 6 meses de idade consegue sentar sozinho e segurar objetos com a mão, já não tem o reflexo de colocar a língua para fora, o que evita engasgos, e o intestino está preparado para receber novos alimentos. “A princípio é um método seguro, desde que os responsáveis pela criança respeitem os sinais que mostram que a criança está pronta e ela mesma procure o alimento. É importante não forçar. Ao adotar esse metódo, os pais não devem ajudar a criança a comer, segurando o alimento em sua boca. Se ela não consegue fazer isso sozinha, provavelmente, não está pronta para lidar com o alimento dessa forma”, diz Daniela.
O reflexo mais frequente é o chamado gag reflex, quando a criança ainda
está se habituando com os alimentos sólidos. “A diferença é que, nesse
caso, o bebê não fica com a passagem de ar obstruída. Ele se atrapalha,
os olhos enchem de lágrimas por alguns instantes, mas consegue manejar o
alimento e desengasgar rapidamente, sozinho”, explica a dentista.
Vale ressaltar que é importante que os pais discutam com o pediatra
sobre a introdução alimentar do seu filho e os métodos a serem
utilizados.
Dicas para começar
- Paciência: “a mãe tem que ter paciência, no começo, eu não estou preocupado com quantidade, pode ser que ele só coma uma ou outra coisa até se acostumar, mas ele vai se acostumar logo, pode apostar”, diz Cardoso.
- Se engasgar: se isso acontecer no começo a mãe estará lá do lado, não tem problema. “É só enfiar o dedo na boca da criança e puxar o alimento ou virar a criança de bruços”, orienta o nutrólogo.
- Tamanho certo: é melhor oferecer a carne em pedaços grandes, para que possa ser explorada e chupada. “Provavelmente no início é só isso que o bebê vai fazer. Quando o bebê começar a lidar bem com porções de comida, e conseguir pegar objetos menores, a carne picada funcionará bem. Não há necessidade de cortar a comida do tamanho da boca do bebê. Cortar os alimentos de tamanhos e formas semelhantes ao punho do bebê é um bom tamanho. Bebês pequenos lidam melhor com comidas cortadas em palitos ou que tenham uma haste como o caule de um pedaço de brócolis ou couve flor, por exemplo”, diz Daniela.
- Paciência: “a mãe tem que ter paciência, no começo, eu não estou preocupado com quantidade, pode ser que ele só coma uma ou outra coisa até se acostumar, mas ele vai se acostumar logo, pode apostar”, diz Cardoso.
- Se engasgar: se isso acontecer no começo a mãe estará lá do lado, não tem problema. “É só enfiar o dedo na boca da criança e puxar o alimento ou virar a criança de bruços”, orienta o nutrólogo.
- Tamanho certo: é melhor oferecer a carne em pedaços grandes, para que possa ser explorada e chupada. “Provavelmente no início é só isso que o bebê vai fazer. Quando o bebê começar a lidar bem com porções de comida, e conseguir pegar objetos menores, a carne picada funcionará bem. Não há necessidade de cortar a comida do tamanho da boca do bebê. Cortar os alimentos de tamanhos e formas semelhantes ao punho do bebê é um bom tamanho. Bebês pequenos lidam melhor com comidas cortadas em palitos ou que tenham uma haste como o caule de um pedaço de brócolis ou couve flor, por exemplo”, diz Daniela.
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