Dentista conta a história de como o produto foi inventado e para que era usado antes de ser recomendado pelos dentistas como produto oral
É sempre divertido imaginar como um produto foi inventado. Como alguém criou a primeira escova de dente ou resolveu passar um fio dental entre os dentes, por exemplo. Desse universo de saúde bucal, o que se sabe é que, no caso do enxaguante, já era um item cobiçado por tribos antigas que faziam bochecho com plantas e substâncias, pois acreditava-se que preveniam cáries, formação de placa bacteriana e halitose.
“O primeiro enxaguante bucal da história foi formulado em 1879, pelos
médicos norte-americanos Joseph Lawrence e Jordan Lambert”, conta a
dentista Kamila Godoy. A primeira versão do produto tinha mais de 20% de
álcool em sua composição, e era usada como antisséptico em
procedimentos cirúrgicos. “Além de antisséptica, a substância foi
comercializada como loção anticaspa, pós-barba, desodorante e até
produto de limpeza para o chão durante os primeiros anos após sua
criação”, diz a dentista.
Kamila conta que só em 1895 a substância começou a ser recomendada como
enxaguante bucal para eliminar microrganismos da boca e, em 1914,
começou a ser comercializada como a solução para “halitose crônica”, o
que resultou em sucesso absoluto do produto nos Estados Unidos e início
de sua exportação para o mundo.
“Em 1987, o antisséptico tornou-se o primeiro medicamento sem
prescrição médica a ter eficácia reconhecida pela American Dental
Association (Associação Americana de Dentistas). Nesse mesmo ano, o
produto chegou ao Brasil, onde rapidamente conquistou os consumidores”,
conta a dentista.
E apesar de o produto estar no dia a dia da população, é bom lembrar
que ele deve ser usado com orientação de seu dentista, além de ser
necessário ficar atento à composição da substância. “A maioria das
soluções é formada por antissépticos ou contém álcool, o que as tornam
prejudiciais à saúde oral. Antissépticos são indicados para casos
específicos, como cirurgias e infecções, e devem ser usados sob
orientação profissional. O álcool, por sua vez, pode causar descamação
das células da mucosa oral”, alerta Kamila.
Segundo a especialista, o enxaguante fluoretado pode ser usado
diariamente sem riscos. “O flúor é um importante elemento para a
manutenção da saúde bucal e deve ser utilizado em quantidades
suficientes durante a escovação, podendo atingir a quantidade ideal com o
uso do enxaguante”.
0 comentários:
Postar um comentário